Aldeia Maldita

A anciã de um vilarejo luta contra a loucura e o macabro para salvar seu povo de um monstruoso ser que chega para tomar conta do local e levar todos para a escuridão.

Opinião Pública sobre Aldeia Maldita

Folk Horror é um dos subgêneros mais estranhos do terror. Os filmes que se enquadram nesta categoria podem se enquadrar em uma grande variedade de tons e atmosferas, o que já os torna difíceis de qualificar. No entanto, você só precisa introduzir o paganismo ou pelo menos algum tipo de medo religioso na história do filme para ter a sensação de que, sim, este é um filme de terror popular. Você simplesmente sente isso. Jikirag é o mais novo filme que tenta se enquadrar nessa bandeira, mas falha em criar o verdadeiro terror. Vamos revisar isso.

Falar sobre terror popular é bastante interessante. O gênero remonta aos anos 60 e, desde então, passou por períodos de descanso e renascimento. Ultimamente, as obras de Robert Eggers, especialmente A Bruxa, colocaram o gênero de volta na cabeça das pessoas. Novos fãs descobriram muitos filmes incríveis que foram quase todos esquecidos, mas que mantêm aquilo que os torna especiais. O terror popular tem muitos elementos que o diferenciam de outros subgêneros.

Uma coisa que realmente torna o terror popular especial é o fato de ele se permitir ser estranho. As lendas e tradições dos diferentes povos ao redor do mundo são suficientes para alimentar e tornar qualquer história peculiar. De outra perspectiva, as histórias de todas as religiões parecem bastante estranhas, inclusive as do Cristianismo. Então, quando esses filmes vão além e trazem visuais e sons estranhos, você realmente não pensa sobre isso. É assim que esses filmes deveriam ser.

No entanto, apenas estranheza e confusão não tornam um filme interessante. Você precisa de personagens, enredo, arcos de personagens, temas e bons diálogos para fazer com que todas essas coisas se unam em uníssono. É difícil. Não é uma coisa fácil de fazer, então quando um filme não consegue, é difícil culpar as pessoas por trás dele, mas alguém tem que ser responsável. Neste caso, Jikirag é um filme que tenta ser tudo isso ao mesmo tempo, mas a sua falta de lógica interna joga tudo pela janela.

Jikirag é um filme dirigido por Alexander J. Baxter, Leigah Keewatin e Jessica Moutray. O filme é estrelado por Tracey Roath, Alexander J. Baxter, Roy Campsall e Josefin Jonsson Tysen. O filme conta a história de uma vila pagã, outrora protegida por seu contrato com o deus Jikirag. O contrato estabeleceu uma relação em que a aldeia só retiraria da floresta o que necessitasse. Quando esta estipulação é quebrada, o deus retorna com vingança em seu coração.

A primeira coisa que chama a atenção em Jikirag é o uso da linguagem ao longo do filme. O roteiro tenta usar esse dialeto do inglês antigo e cria alguns momentos muito engraçados. Usar esse tipo de linguagem em um script é bastante difícil. A Bruxa e o Farol usaram o uso arcaico do inglês de uma forma que melhorou o clima da peça de época do filme. Em Jikirag, o uso dessa técnica parece forçado e só cria confusão sobre a que os personagens estão se referindo na maioria das vezes.

Se Jikirag está estabelecendo sua própria mitologia ou tomando emprestado algo previamente estabelecido, não está claro. O filme é bastante confuso quando se trata da progressão do enredo. Os grandes momentos simplesmente acontecem. Não existe nenhum tipo de configuração para alguns desses momentos. Há uma falta de contexto que faz com que o filme pareça aleatório nas coisas que deseja fazer. Talvez isso estivesse implícito no texto do roteiro, mas conforme vai para a tela, parece que aquele contexto foi para outro lugar.

A cinematografia ajuda a elevar alguns elementos do filme. O clima é muito sombrio e os cenários são de natureza bastante crua. Isso faz você pensar em quem gostaria de morar em um lugar como este. O clima, infelizmente, muitas vezes é quebrado pela má escrita do personagem e pela constante confusão sobre as regras da situação. Talvez não existam regras, mas sem regras não há riscos. Perto do final, o filme se transforma em uma competição de gritos que só serve para machucar os ouvidos.

No final, Jikirag realmente sofre com um mau planejamento e talvez com muitas mãos na cozinha. O fato de este ser um filme dirigido por três pessoas é desconcertante. Talvez as inconsistências, os desenvolvimentos estranhos e as decisões criativas estranhas venham do fato de que não havia uma única visão unificadora por trás deste filme. Você precisa que essa visão seja compartilhada entre todos os membros da sua equipe de filmagem se quiser algum tipo de consistência. Este filme não tem isso.

Jikirag poderia ter sido um bom filme de terror. Um que poderia estar entre os esforços mais recentes do gênero. Porém, a falta de coesão e a má redação impedem que vá a lugar nenhum. Os filmes de terror já passam por um período ruim porque não se permitiram ir além da mesma velha fórmula. É muito triste que um filme tente fazer algo um pouco diferente no gênero e não consiga dominar o essencial para fazer um filme que pareça uma história consistente e coerente.

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